sábado, 10 de setembro de 2011

O Projeto Visual Elegia ao Violão.


Embebidas no caldo das "Belas Artes" as Artes Gráficas diferenciam-se daquelas pela parcialidade, ou seja, para o Design normalmente o objeto da arte gráfica está revestido de uma intenção sem a qual passa a ser objeto das belas artes. Um cartaz pode ser verdadeiramente uma obra de arte, mas sem a intenção de comunicar algo, ele deixa de ser um cartaz e passa a ser uma tela. Temos assim a obra de arte enriquecendo a peça gráfica e a peça gráfica acrescentando novas leituras à obra de arte, possibilitando o transporte do leitor-apreciador a novos espaços e conteúdos se este aceitar o convite à aventura pelos museus e galerias.


A proposta deste projeto nas palavras do próprio Ricardo Marçal é falar de "parte da evolução do violão ao longo da história; mas também abordar, por diferentes viéses, a temática da loucura – não do ponto de vista da patologia, pura e simplesmente, mas do estranhamento e anseio de transcendência que marca a condição humana, suas perplexidades, grandezas e misérias; a música assumida como uma ferramenta para a construção de uma condição mental aprimorada."


Por isso a pesquisa iconográfica para elaboração do projeto visual buscou referencias em movimentos e autores que passeassem por esse estranhamento transcendente. Navegamos pelo Expressionismo Abstrato até o contemporâneo, "esquizofrênico-paranóico", Arthur Bispo do Rosário.
Willem de Kooning -
(1959)
Wassily Kandinsky Arthur Bispo - Manto da Apresentação
Na comunicação do projeto "Elegia ao Violão: da Lucidez a Renascimento" nos apropriamos de um recorte da obra Convergence de Jackson Pollock, pintor norte-americano, referência no expressionismo abstrato e que se especializou no Dripping, técnica criada por Max Ernst.


Em seu processo criativo Pollock passa a não usar mais pincéis e adota a pratica de andar sobre a tela aberta no chão enquanto pinta. Deste modo o autor se transforma na própria obra a medida que ela se constrói. "Sua esfera da arte é o inconsciente: seus signos são um prolongamento do seu interior."



Clique aqui e brinque um pouco com a técnica de Jackson Pollock.

Encontramos assim no violão essa "Convergence" para onde acorrem o popular, o religioso, o profano, o clássico e o erudito, onde o instrumento se torna roupa, armadura, apoio, prolongamento e amante, apoiado entre as pernas do violonista, colado ao seu coração, produzindo suspiros melódicos e harmônicos ao toque suave ou viril de seu parceiro. Assim como Pollock, o violonista é artista e arte ao mesmo tempo, e carrega o conteúdo de sua música com seus laivos de loucura e lucidez para renascer a cada peça executada.



Como compassos e acordes com suas múltiplas formas a tipografia dessa comunicação se sustenta na Univers, uma grotesca formal, de quem rouba a segurança e a delicadeza necessárias a comunicação de amplo espectro e na Ex Ponto Bold, uma semi-inglesa, de quem ganha, para o titulo, a fluidez e agressividade necessárias ao desejo de vivência dessa loucura saudável.






Fechamos assim o cartaz como a peça principal deste projeto, estruturando toda comunicação no conceito de uma peça limpa e objetiva onde o apreciador lúcido pode encontrar espaço para o renascimento de suas percepções tresloucadas revestidas simplesmente de arte, na livre convergência que a sonoridade deste mágico instrumento pode nos levar pelas mãos deste violonista amante.



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Ricardo Marçal

Ricardo Marçal

O violonista belo-horizontino Ricardo Marçal (29) tem se dedicado a uma crescente agenda de concertos pelas mais diversas regiões do Brasil, cativando a simpatia do público e atraindo a atenção de meios de imprensa como os programas “Violões em Foco” e o tradicional “Música e Músicos do Brasil”, ambos da Rádio MEC-FM. É bacharel em Música pela UFMG na classe do professor Fernando Araújo, foi bolsista do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão por dois anos, prossegue seus estudos regulares como aluno particular do aclamado violonista Fábio Zanon e, a convite do maestro Oscar Ghiglia, tem se aperfeiçoado nos cursos anuais de verão da Accademia Musicale Chigiana de Siena, na Itália. Como solista tem se apresentado regularmente em importantes séries por Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Seus projetos para 2012 incluem a 2a temporada do projeto "Elegia ao Violão", uma nova turnê com o quarteto de violões Corda Nova, do qual é membro fundador e uma turnê estadual com o Quarteto de Cordas da família Barros. Como pesquisador, Ricardo está elaborando um trabalho de pesquisa sobre o repertório de música de câmara com violão do início do séc. XIX em parceria com o historiador Gerson Castro e é professor dos cursos de história da música e apreciação musical da Academia de Ideias. Além disso, coordena a criação de uma série de música de câmara nos municípios mineiros de Betim, Brumadinho, Contagem, Crucilândia e Esmeraldas. (4/2012)

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